James Swartz
(tradução Carolina Velardi)
O objetivo da vida é a felicidade. Por nos sentirmos limitados com
relação a felicidade, todas as pessoas estão totalmente engajadas
em conseguir a felicidade a cada minuto. Quando eu aceito um emprego,
me apaixono, leio um livro, como uma refeição, vou ao dentista, oro
ou medito, eu espero que a atividade e/ou seus resultados façam que
eu me sinta melhor do que me sinto no momento. Não importa o quanto
eu me sinto bem, sempre imagino um estado maior de felicidade. Se me
sinto péssimo, as minhas ações serão calculadas para remover ou
diminuir a minha infelicidade, uma situação que eu vejo como um
aumento na felicidade. Quando um estado melhor é inconcebível, eu
me afasto de atividades que possam comprometer este estado.
Tudo é feito pelo bem da felicidade. Alguns acumulam dinheiro, não
necessariamente pelo dinheiro em si, mas pela felicidade que
supostamente o dinheiro traz. Outros buscam a felicidade na vida
praticando esportes porque eles produzem um sentimento de estar vivo
além do normal. Nós tomamos químicos, pílulas, bebidas e drogas
para mudar o nosso estado da mente para melhor. Ninguém se casa para
sofrer.
A primeira vista, a felicidade parece ser o resultado das
atividades. Eu corro, faço jardinagem, medito, ando de esquis e me
sinto feliz. Mas se a felicidade estivesse nestas atividades, a
atividade deveria produzir felicidade para qualquer um que a fizesse.
Doar milhões, faz filantrópicos felizes. Livrar-se de dez centavos
é uma condenação para um miserável. Uma avó que faz tricô para
se divertir, não vai se divertir pulando de bungee jumping.
A felicidade pode ser adquirida conseguindo e possuindo certos
objetos? Um homem se divorcia de sua mulher porque acha que ela é a
causa de seus sofrimentos mas antes que a tinta esteja seca no
documento de divórcio, ele a encontra nos braços de outro... que a
vê como seu amor. Um bife faz um carnívoro feliz, e um vegetariano
infeliz. Apesar deste triste fato, nós nos escravizamos com o passar
do tempo para conseguir a felicidade através de objetos e
atividades.
Alguns tentam conseguir a felicidade através da mente. Poetas,
escritores, artistas e intelectuais encontram a felicidade jogando
com pensamentos e ideias, sentimentos e emoções. Profissionais,
convencidos de que a felicidade assistida pode ser adquirida através
da sabedoria, sujeitam suas mentes a anos de treinamento e suas vidas
a sacrifícios incontáveis. Uma pequena minoria, buscadores espirituais, tentam encontrar a
felicidade disciplinando-se com orações, meditações, cânticos,
respirações ou peregrinações para alcançar estados elevados ou
alterados de consciência. O mundo da psicologia acredita que a
felicidade pode ser alcançada ao remover barreiras subjetivas...
experiências e memórias perturbadoras, conceitos que limitam o eu e
pensamentos rancorosos que residem na mente subconsciente.
Porque nos tornamos felizes quando alcançamos ou objetivo ou um
objeto que desejamos?De acordo com a ciência espiritual, todas as
atividades são causadas por uma quebra de nosso estado de felicidade
natural, uma separação que produz dois instintos aparentemente
contraditórios, medo e desejo, que causam muitas emoções
perturbadoras. Atrás de todo desejo, há um medo, atrás de todo o
medo, um desejo. Se eu não conseguir o que quero, serei infeliz.
Evitar o que eu não quero, me faz feliz. Portanto, o medo da
infelicidade é justamente o desejo da felicidade. Estas duas forças
primordiais... que causam atração e repulsa, apego e aversão,
gostos e desgostos... colorem todos os aspectos de nossas vidas.
Os muitos medos e desejos sutis e físicos que brotam em nossas
mentes, vêm de uma necessidade profunda, a necessidade de ser livre
de medos e desejos, a necessidade de ser pleno ou feliz. Quando eu
digo que quero um carro novo ou um novo amor, eu não quero realmente
o objeto, eu quero a felicidade que aparentemente vem com ele.
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