domingo, 8 de janeiro de 2012

A Felicidade não está no objeto - Parte 1




James Swartz
(tradução Carolina Velardi)


    O objetivo da vida é a felicidade. Por nos sentirmos limitados com relação a felicidade, todas as pessoas estão totalmente engajadas em conseguir a felicidade a cada minuto. Quando eu aceito um emprego, me apaixono, leio um livro, como uma refeição, vou ao dentista, oro ou medito, eu espero que a atividade e/ou seus resultados façam que eu me sinta melhor do que me sinto no momento. Não importa o quanto eu me sinto bem, sempre imagino um estado maior de felicidade. Se me sinto péssimo, as minhas ações serão calculadas para remover ou diminuir a minha infelicidade, uma situação que eu vejo como um aumento na felicidade. Quando um estado melhor é inconcebível, eu me afasto de atividades que possam comprometer este estado.
    Tudo é feito pelo bem da felicidade. Alguns acumulam dinheiro, não necessariamente pelo dinheiro em si, mas pela felicidade que supostamente o dinheiro traz. Outros buscam a felicidade na vida praticando esportes porque eles produzem um sentimento de estar vivo além do normal. Nós tomamos químicos, pílulas, bebidas e drogas para mudar o nosso estado da mente para melhor. Ninguém se casa para sofrer.
    A primeira vista, a felicidade parece ser o resultado das atividades. Eu corro, faço jardinagem, medito, ando de esquis e me sinto feliz. Mas se a felicidade estivesse nestas atividades, a atividade deveria produzir felicidade para qualquer um que a fizesse. Doar milhões, faz filantrópicos felizes. Livrar-se de dez centavos é uma condenação para um miserável. Uma avó que faz tricô para se divertir, não vai se divertir pulando de bungee jumping.
    A felicidade pode ser adquirida conseguindo e possuindo certos objetos? Um homem se divorcia de sua mulher porque acha que ela é a causa de seus sofrimentos mas antes que a tinta esteja seca no documento de divórcio, ele a encontra nos braços de outro... que a vê como seu amor. Um bife faz um carnívoro feliz, e um vegetariano infeliz. Apesar deste triste fato, nós nos escravizamos com o passar do tempo para conseguir a felicidade através de objetos e atividades.
Alguns tentam conseguir a felicidade através da mente. Poetas, escritores, artistas e intelectuais encontram a felicidade jogando com pensamentos e ideias, sentimentos e emoções. Profissionais, convencidos de que a felicidade assistida pode ser adquirida através da sabedoria, sujeitam suas mentes a anos de treinamento e suas vidas a sacrifícios incontáveis. Uma pequena minoria, buscadores espirituais, tentam encontrar a felicidade disciplinando-se com orações, meditações, cânticos, respirações ou peregrinações para alcançar estados elevados ou alterados de consciência. O mundo da psicologia acredita que a felicidade pode ser alcançada ao remover barreiras subjetivas... experiências e memórias perturbadoras, conceitos que limitam o eu e pensamentos rancorosos que residem na mente subconsciente.
    Porque nos tornamos felizes quando alcançamos ou objetivo ou um objeto que desejamos?De acordo com a ciência espiritual, todas as atividades são causadas por uma quebra de nosso estado de felicidade natural, uma separação que produz dois instintos aparentemente contraditórios, medo e desejo, que causam muitas emoções perturbadoras. Atrás de todo desejo, há um medo, atrás de todo o medo, um desejo. Se eu não conseguir o que quero, serei infeliz. Evitar o que eu não quero, me faz feliz. Portanto, o medo da infelicidade é justamente o desejo da felicidade. Estas duas forças primordiais... que causam atração e repulsa, apego e aversão, gostos e desgostos... colorem todos os aspectos de nossas vidas.
    Os muitos medos e desejos sutis e físicos que brotam em nossas mentes, vêm de uma necessidade profunda, a necessidade de ser livre de medos e desejos, a necessidade de ser pleno ou feliz. Quando eu digo que quero um carro novo ou um novo amor, eu não quero realmente o objeto, eu quero a felicidade que aparentemente vem com ele.





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